quarta-feira, 25 de maio de 2016

Paris-Manhattan



Não sou nenhuma especialista nos filmes do Woody Allen, assisti apenas dois até então, Blue Jasmine e Meia-Noite em Paris. Mas Paris-Manhattan me mostrou um pouco desse fantástico mundo, de filmes que possuem um começo simples mais que acabam se tornando uma viagem a lugares complicados e desconhecidos da alma humana.

Dirigido por  Sophie Lellouche, lançado em 2013, esse filme francês é surpreendente. Comecei assisti-lo e pensei, “São apenas 1h17mim de filme, deve ser apenas uma comédia romântica leve.”, porém estava enganada. O filme não é dirigido por Woody Allen, é  na verdade inspirado nas suas produções anteriores.

Allen não é um mito da sétima arte à toa, possui uma carreira de sucesso tanto atuando como produzindo, Lellouche conseguiu com certo sucesso, produzir a história de Alice, uma mulher que é feliz em sua carreira como farmacêutica mais se recolhe em seu quarto com os filmes de Woody Allen usando-os como uma bolha para fugir da frustação de ter uma vida amorosa tão fracassada, e ainda aguentar a pressão da família por ainda não ter se casado.


Ela é arrastada a inúmeros eventos sociais por seus pais, para tentar encontrar seu cavaleiro de armadura dourada, porém assim como nos filmes do seu diretor favorito a vida não é algo perfeito e onde apenas a felicidade reina, ela é cheia de desilusões, arrependimentos, magoas e isso é que a torna tão dura, no entanto lhe confere uma beleza única, por que podemos estar sofrendo hoje, mas e amanhã, o que pode acontecer?

Em uma destas festas ela acaba conhecendo dois homens que chamam sua atenção, só que por motivos diferentes. E então quando ela pensa estar vivendo o ápice da sua felicidade, ela começa a descobrir que a sua família não é o que aparentava ser e que príncipes montados em cavalos brancos só existem em contos de fadas e filmes.



terça-feira, 17 de maio de 2016

A menina que não sabia ler


“De vez em quando eu ouvia a pequena garota no sótão acima de mim fazendo piruetas nas barras. Finalmente, em algum relógio soou a meia-noite e, satisfeita porque todos os sons humanos haviam cessado, saí da cama.”

Nesse romance escrito por John Harding, ele cria na Nova Inglaterra no ano de 1891, uma atmosfera de suspense inspirada em clássicos como Edgar Allan Poe e Henry James. Na decadente Blithe House foi para onde Florence e Giles, se mudaram após a misteriosa morte de seus pais. Agora sobre os cuidados de seu tio e tutor, eles são negligenciados e esquecidos deste, e contam com a supervisão apenas dos criados da casa. Esses são tempos felizes para Florence, nossa narradora, entretanto, Giles precisa ir para escola e ela está terminantemente proibida de receber qualquer tipo de educação.

Porém, um dia vagando pela casa ela acaba descobrindo a antiga biblioteca da mansão, e ao entrar lá se depara com um mundo totalmente novo e com sua determinação aprende a ler sozinha e começa a devorar todos os livros que consegue, para aplacar a sua saudade do irmão. Giles regressa da escola com más noticias, ele acabou por não se adaptar ao internato e é mandando para casa.

Seu tio, que sempre teve como exigência nunca ser incomodado, acaba tendo de mandar uma preceptora para o menino. A Srta. Whitaker, que antes de sua trágica morte acaba descobrindo o paraíso secreto de Florence, porém logo em seguida acaba tragicamente morrendo no lago da mansão.

“Eu não havia deixado que Whitaker me levasse ao desespero quando estava viva, quando fez aquela coisa terrível, aquilo que mais me magoaria depois da perda de Giles, isto é, privar-me dos livros, e eu não me dobraria e não cederia agora.”

Então, uma segunda preceptora é enviada, a Srta. Taylor que pouco se parece com a anterior, porém para a criativa mente de uma menina de 12 anos, tudo começa a se encaixar e a partir disso ela descobre todos os malévolos planos da nova preceptora, e então toda a história ganha novos ares.

Para quem já leu A outra volta do parafuso, esse livro mostra-se claramente inspirado nesta obra de James, desde os nomes dos personagens Florence e Giles ( no romance de Henry James são Flora e Miles), até os problemas que as narradoras enfrentam para discernir realidade de fantasia. Em ambos os enredos o leitor não sabe se aquilo realmente acontece ou não, são feitas muitas perguntas na narrativa e todas elas contam com possíveis respostas nas entrelinhas do livro. Florence mostra-se absurdamente inteligente e experiente para uma menina de 12 anos, criada em uma mansão isolada. E uma vez que ela começa a narrar os acontecimentos, como separar o que é real do que é invenção da sua cabeça?


Esse romance publicado pela primeira vez em 2010, dividi opiniões, mesmo não gostado muito do livro, quero lhe dar uma segunda chance e por isso estou louca para ler o segundo volume, A menina que não sabia ler 2, bem sugestivo vocês não acham?


Escrito por Paulinha.

domingo, 1 de maio de 2016

[Resenha] Jornada pela Liberdade - Amazing Grace



Jornada pela Liberdade ou Amazing Grace é uma produção anglo-estadunidense dirigida por Michael Apted em 2006, ela narra à história real de William Wilberforce, que é um integrante do poderoso Parlamento Britânico. Ele e seu amigo William Pitt, que posteriormente viria a se tornar primeiro ministro, eram bem populares entre os lordes, Wilberforce principalmente.

Pitt convence a Will a tomar como sua a luta pelo fim do tráfico negreiro, que no século XVIII era liderado pelo Império Britânico. Will junta-se a outros abolicionistas e leva para debate no Parlamento diversas propostas de leis acerca do fim da escravidão, porém essas sempre são refutadas, com a desculpa de que causara grande prejuízo a coroa.

Wilberforce no Parlamento.

Após quinze anos vendo diversas propostas de leis sendo descartadas, uma após outra, Will além da esperança perde também a saúde e se vê obrigado a retirar-se para Bath e passar uma temporada com seu primo Henry Thornton. Em Bath, ele conhece Barbara Spooner, uma jovem que luta pelo que acredita e que vê em Will aquele homem capaz de realizar grandes coisas, mesmo que ele não acredite em si. Inspirado por Barbara, ele percebe que sua luta ainda não acabou.

Barbara e Will.

Jornada pela Liberdade nos mostra um pouco do caminho que as ideias abolicionistas percorreram até chegar aqui no Brasil, sendo o movimento liderado por Wilberforce fundamental para que a escravidão fosse considerada um crime nos outros continentes, tendo em vista a influência que Inglaterra tinha sobre os outros países. 



Escrito por Paulinha.