“De vez em quando eu ouvia a pequena garota no sótão acima de mim
fazendo piruetas nas barras. Finalmente, em algum relógio soou a meia-noite e,
satisfeita porque todos os sons humanos haviam cessado, saí da cama.”
Nesse romance escrito por John Harding, ele cria na
Nova Inglaterra no ano de 1891, uma atmosfera de suspense inspirada em
clássicos como Edgar Allan Poe e Henry James. Na decadente Blithe House foi
para onde Florence e Giles, se mudaram após a misteriosa morte de seus pais.
Agora sobre os cuidados de seu tio e tutor, eles são negligenciados e
esquecidos deste, e contam com a supervisão apenas dos criados da casa. Esses
são tempos felizes para Florence, nossa narradora, entretanto, Giles precisa ir
para escola e ela está terminantemente proibida de receber qualquer tipo de
educação.
Porém, um dia vagando pela casa ela acaba descobrindo
a antiga biblioteca da mansão, e ao entrar lá se depara com um mundo totalmente
novo e com sua determinação aprende a ler sozinha e começa a devorar todos os
livros que consegue, para aplacar a sua saudade do irmão. Giles regressa da
escola com más noticias, ele acabou por não se adaptar ao internato e é
mandando para casa.
Seu tio, que sempre teve como exigência nunca ser
incomodado, acaba tendo de mandar uma preceptora para o menino. A Srta.
Whitaker, que antes de sua trágica morte acaba descobrindo o paraíso secreto de
Florence, porém logo em seguida acaba tragicamente morrendo no lago da mansão.
“Eu não havia
deixado que Whitaker me levasse ao desespero quando estava viva, quando fez
aquela coisa terrível, aquilo que mais me magoaria depois da perda de Giles,
isto é, privar-me dos livros, e eu não me dobraria e não cederia agora.”
Então, uma segunda preceptora é enviada, a Srta. Taylor
que pouco se parece com a anterior, porém para a criativa mente de uma menina
de 12 anos, tudo começa a se encaixar e a partir disso ela descobre todos os
malévolos planos da nova preceptora, e então toda a história ganha novos ares.
Para quem já leu
A outra volta do parafuso, esse livro
mostra-se claramente inspirado nesta obra de James, desde os nomes dos
personagens Florence e Giles ( no romance de Henry James são Flora e Miles),
até os problemas que as narradoras enfrentam para discernir realidade de
fantasia. Em ambos os enredos o leitor não sabe se aquilo realmente acontece ou
não, são feitas muitas perguntas na narrativa e todas elas contam com possíveis
respostas nas entrelinhas do livro. Florence mostra-se absurdamente inteligente
e experiente para uma menina de 12 anos, criada em uma mansão isolada. E uma
vez que ela começa a narrar os acontecimentos, como separar o que é real do que
é invenção da sua cabeça?
Esse romance publicado pela primeira vez em 2010,
dividi opiniões, mesmo não gostado muito do livro, quero lhe dar uma segunda
chance e por isso estou louca para ler o segundo volume, A menina que não sabia ler 2, bem sugestivo vocês não acham?
Escrito por Paulinha.
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