terça-feira, 17 de maio de 2016

A menina que não sabia ler


“De vez em quando eu ouvia a pequena garota no sótão acima de mim fazendo piruetas nas barras. Finalmente, em algum relógio soou a meia-noite e, satisfeita porque todos os sons humanos haviam cessado, saí da cama.”

Nesse romance escrito por John Harding, ele cria na Nova Inglaterra no ano de 1891, uma atmosfera de suspense inspirada em clássicos como Edgar Allan Poe e Henry James. Na decadente Blithe House foi para onde Florence e Giles, se mudaram após a misteriosa morte de seus pais. Agora sobre os cuidados de seu tio e tutor, eles são negligenciados e esquecidos deste, e contam com a supervisão apenas dos criados da casa. Esses são tempos felizes para Florence, nossa narradora, entretanto, Giles precisa ir para escola e ela está terminantemente proibida de receber qualquer tipo de educação.

Porém, um dia vagando pela casa ela acaba descobrindo a antiga biblioteca da mansão, e ao entrar lá se depara com um mundo totalmente novo e com sua determinação aprende a ler sozinha e começa a devorar todos os livros que consegue, para aplacar a sua saudade do irmão. Giles regressa da escola com más noticias, ele acabou por não se adaptar ao internato e é mandando para casa.

Seu tio, que sempre teve como exigência nunca ser incomodado, acaba tendo de mandar uma preceptora para o menino. A Srta. Whitaker, que antes de sua trágica morte acaba descobrindo o paraíso secreto de Florence, porém logo em seguida acaba tragicamente morrendo no lago da mansão.

“Eu não havia deixado que Whitaker me levasse ao desespero quando estava viva, quando fez aquela coisa terrível, aquilo que mais me magoaria depois da perda de Giles, isto é, privar-me dos livros, e eu não me dobraria e não cederia agora.”

Então, uma segunda preceptora é enviada, a Srta. Taylor que pouco se parece com a anterior, porém para a criativa mente de uma menina de 12 anos, tudo começa a se encaixar e a partir disso ela descobre todos os malévolos planos da nova preceptora, e então toda a história ganha novos ares.

Para quem já leu A outra volta do parafuso, esse livro mostra-se claramente inspirado nesta obra de James, desde os nomes dos personagens Florence e Giles ( no romance de Henry James são Flora e Miles), até os problemas que as narradoras enfrentam para discernir realidade de fantasia. Em ambos os enredos o leitor não sabe se aquilo realmente acontece ou não, são feitas muitas perguntas na narrativa e todas elas contam com possíveis respostas nas entrelinhas do livro. Florence mostra-se absurdamente inteligente e experiente para uma menina de 12 anos, criada em uma mansão isolada. E uma vez que ela começa a narrar os acontecimentos, como separar o que é real do que é invenção da sua cabeça?


Esse romance publicado pela primeira vez em 2010, dividi opiniões, mesmo não gostado muito do livro, quero lhe dar uma segunda chance e por isso estou louca para ler o segundo volume, A menina que não sabia ler 2, bem sugestivo vocês não acham?


Escrito por Paulinha.

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