O filme "As sufragistas"
retrata a luta das mulheres em busca de seus direitos ao voto e a independência
no inicio do século XIX, onde após anos de manifestações pacificas elas decidem
por ações mais violentas que incluíam atos de vandalismo, para assim deixarem
de ser ignoradas.
" A lei não significa nada para mim. Não tive direito de fazer a lei."
Com um elenco de peso, que conta com
nomes como Meryl Streep que interpreta a líder do movimento, Emmeline Pankhurst e Helena Boham Carter, junto com Carey Mulligan como Maud Watts, que trabalha
numa lavanderia desde seus sete anos de idade, e a partir de suas perspectivas, entenderemos os eventos deste período tão difícil para as mulheres. Maud acaba
por se envolver com o movimento sufragista, mesmo sem perceber, e isso complica
muito a sua vida.
Nesse período, a polícia vigiava de
forma intencional qualquer pessoa suspeita de integrar o movimento, e após uma passeata, Maud e muitas outras, acabam sendo presas. Na cadeia, ela sofre por não poder
ver seu filho. Ao sair da prisão e voltar para casa, faz diversas promessas ao
marido de não se envolver mais com as sufragistas.
Mesmo tendo prometido ao seu marido
que não se envolveria mais com o movimento, ela começa a refletir se realmente aquilo que aquelas mulheres estão fazendo é mesmo tão errado. Ela sempre
trabalhou, homens sempre mandaram nela, até o dinheiro pelo qual trabalhava
horas à fio lavando e passando roupa, entregava todo
ele ao seu marido e se ela tivesse uma filha, o destino da sua menina seria o
mesmo dela? Ser governada e abusada por homens que consideram as mulheres seres
de intelecto inferior?
Ela será presa novamente, e mesmo
sendo uma personagem fictícia, Maud dá vida há outras mil mulheres que realmente
passaram pelas prisões britânicas na luta pelos seus direitos. Mães. Filhas.
Sufragistas. Esse filme nos faz refletir sobre quantas outras mulheres lutaram para que
hoje pudéssemos estar aqui, escrevendo livremente, e tendo a mesma educação a que
os homens têm acesso.
" Nunca se renda, nunca desista da luta."
E como "Janeite" assumida que sou, não
poderia deixar de fazer uma ponte entre esse filme e a nossa querida Austen. Os
acadêmicos a consideram uma escritora conservadora, porém, a crítica feminista atual
reconhece em suas obras uma dramatização do pensamento de Mary
Wollstonecraft sobre a educação da mulher, e com seu
sarcasmo ela critica a sociedade patriarcal inglesa em seus romances.
Carey Mulligan, Meryl Streep e Romola Garai.
"Eu prefiro ser uma rebelde do quê uma escrava."
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