quarta-feira, 20 de abril de 2016

[Resenha] As sufragistas

As sufragistas

O filme "As sufragistas" retrata a luta das mulheres em busca de seus direitos ao voto e a independência no inicio do século XIX, onde após anos de manifestações pacificas elas decidem por ações mais violentas que incluíam atos de vandalismo, para assim deixarem de ser ignoradas.

luta das mulheres
" A lei não significa nada para mim. Não tive direito de fazer a lei."

Com um elenco de peso, que conta com nomes como Meryl Streep que interpreta a líder do movimento, Emmeline Pankhurst e Helena Boham Carter, junto com Carey Mulligan como Maud Watts, que trabalha numa lavanderia desde seus sete anos de idade, e a partir de suas perspectivas, entenderemos os eventos deste período tão difícil para as mulheres. Maud acaba por se envolver com o movimento sufragista, mesmo sem perceber, e isso complica muito a sua vida.

Nesse período, a polícia vigiava de forma intencional qualquer pessoa suspeita de integrar o movimento, e após uma passeata, Maud e muitas outras, acabam sendo presas. Na cadeia, ela sofre por não poder ver seu filho. Ao sair da prisão e voltar para casa, faz diversas promessas ao marido de não se envolver mais com as sufragistas. 

Meryl Streep



Mesmo tendo prometido ao seu marido que não se envolveria mais com o movimento, ela começa a refletir se realmente aquilo que aquelas mulheres estão fazendo é mesmo tão errado. Ela sempre trabalhou, homens sempre mandaram nela, até o dinheiro pelo qual trabalhava horas à fio lavando e passando roupa, entregava todo ele ao seu marido e se ela tivesse uma filha, o destino da sua menina seria o mesmo dela? Ser governada e abusada por homens que consideram as mulheres seres de intelecto inferior?

Ela será presa novamente, e mesmo sendo uma personagem fictícia, Maud dá vida há outras mil mulheres que realmente passaram pelas prisões britânicas na luta pelos seus direitos. Mães. Filhas. Sufragistas. Esse filme nos faz refletir sobre quantas outras mulheres lutaram para que hoje pudéssemos estar aqui, escrevendo livremente, e tendo a mesma educação a que os homens têm acesso.

" Nunca se renda, nunca desista da luta."

E como "Janeite" assumida que sou, não poderia deixar de fazer uma ponte entre esse filme e a nossa querida Austen. Os acadêmicos a consideram uma escritora conservadora, porém, a crítica feminista atual reconhece em suas obras uma dramatização do pensamento de Mary Wollstonecraft sobre a educação da mulher, e com seu sarcasmo ela critica a sociedade patriarcal inglesa em seus romances.


E inspirada por elas, devemos lutar pelos nossos direitos, porque acreditar que não existe machismo na sociedade atual é utopia. Sabendo que na Arábia Saudita as mulheres ainda não têm direito ao voto, e que em muitos países do Oriente Médio elas correm perigo se quiserem frequentar a escola, não devemos parar de lutar por nossas companheiras, para que um dia nossas filhas e netas possam andar livremente e sem correr riscos, apenas por serem mulheres.

Carey Mulligan, Meryl Streep e Romola Garai.
"Eu prefiro ser uma rebelde do quê uma escrava."



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