domingo, 24 de abril de 2016

[Resenha] Divas Abandonadas - Teté Ribeiro

divas abandonadas
teté ribeiro
Teté Ribeiro



Divas Abandonadas é um livro da jornalista e escritora Teté Ribeiro e retrata a vida por trás das câmeras das sete maiores divas do século XX: Lady Di, Ingrid Bergman, Jackie O., Sylvia Plath, Maria Callas, Tina Tuner e Marilyn Monroe.

 “QUE MULHER NUNCA SONHOU EM SER UMA DIVA ?”

É com essa frase que Teté Ribeiro inicia a sinopse de seu livro, e neste momento você deve está se perguntando: “Qual mulher não sonha em ser uma diva?”, e eu te respondo amiga, eu sou uma das mulheres que não sonha em ser uma diva.

Se para algumas mulheres ter a vida de Lady Di, repleta de glamour e sofisticação, seria um sonho, para ela isso estava mais para “Um conto sem fadas”. O que algumas pessoas não sabem é que a Lady Di sofreu muito com os tabloides de fofocas que a cercavam em busca de uma nova imagem sensacionalista, fato que culminou em seu falecimento há 19 anos atrás, em um trágico acidente de carro em Paris, enquanto tentava fugir dos  fotógrafos. Em sua vida privada sofria com sua baixa autoestima, problemas com sua aparência (o que a levou à bulimia) e, principalmente, sofria com as traições de seu marido, o Príncipe Charles. 

O mesmo acontecia com Jacqueline Lee Bouvier, mas conhecida como Jackie O., que fora casada com o presidente John Kennedy. Kennedy possuia uma vida agitada, regada de muitas mulheres bonitas e estar casado não o impediu de continuar com sua vida sexual animada, o que ocorreu logo após a sua lua de mel, em 1953, no México. Kennedy não fazia questão de esconder suas traições de Jackie, ela por sua vez, muito apaixonada pelo marido, fingia não ver as atitudes do esposo e com o tempo começou a ter crises de depressão e isolamento. Jackie viu seu sonho de um casamento perfeito ser, aos poucos, destruído.  

“Talvez eu nunca seja feliz, mas esta noite estou contente”. Assim começa os escritos mais íntimos da poeta Sylvia Plath, um volume de mais de 800 páginas, que conta sua vida de 1950 até 1963, ano de sua morte. Ainda na faculdade, o fato de querer ser sempre a melhor aluna desencadeou a primeira crise depressiva de Plath, que chorava por horas sem motivo algum. Sempre que algum de seus contos ou poesias eram rejeitados, Sylvia caia em mais uma depressão e começava a duvidar de seu talento.  

Em 1962, já casada, Sylvia e seu marido começaram a convidar amigos de Londres para passar o final de semana com o casal. Os convidados eram David Wevill e Assia. Assim que o casal chegou, Assia começou a flertar com Ted, marido de Sylvia, o qual também demonstrou reciprocidade. Plath, deu inicio a uma série de poemas em que afirmava ter duvidas da fidelidade do marido, ao mesmo tempo em que escrevia seu romance que seria a continuação de “A Redoma de Vidro” (obra que narra  a tentativa de suicídio de dez anos antes). 

Sorte na fama e azar no amor. Lady Di, Ingrid Bergman, Jackie O., Sylvia Plath, Maria Callas, Tina Tuner e Marilyn Monroe são apenas alguns exemplos de mulheres que sofreram por esse sentimento único e arrebatador: O Amor, e apesar de todo sofrimento que esse sentimento lhes trouxe, nunca deixaram de amar.

Escrito por Kerolainy Lima.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

[Resenha] As sufragistas

As sufragistas

O filme "As sufragistas" retrata a luta das mulheres em busca de seus direitos ao voto e a independência no inicio do século XIX, onde após anos de manifestações pacificas elas decidem por ações mais violentas que incluíam atos de vandalismo, para assim deixarem de ser ignoradas.

luta das mulheres
" A lei não significa nada para mim. Não tive direito de fazer a lei."

Com um elenco de peso, que conta com nomes como Meryl Streep que interpreta a líder do movimento, Emmeline Pankhurst e Helena Boham Carter, junto com Carey Mulligan como Maud Watts, que trabalha numa lavanderia desde seus sete anos de idade, e a partir de suas perspectivas, entenderemos os eventos deste período tão difícil para as mulheres. Maud acaba por se envolver com o movimento sufragista, mesmo sem perceber, e isso complica muito a sua vida.

Nesse período, a polícia vigiava de forma intencional qualquer pessoa suspeita de integrar o movimento, e após uma passeata, Maud e muitas outras, acabam sendo presas. Na cadeia, ela sofre por não poder ver seu filho. Ao sair da prisão e voltar para casa, faz diversas promessas ao marido de não se envolver mais com as sufragistas. 

Meryl Streep



Mesmo tendo prometido ao seu marido que não se envolveria mais com o movimento, ela começa a refletir se realmente aquilo que aquelas mulheres estão fazendo é mesmo tão errado. Ela sempre trabalhou, homens sempre mandaram nela, até o dinheiro pelo qual trabalhava horas à fio lavando e passando roupa, entregava todo ele ao seu marido e se ela tivesse uma filha, o destino da sua menina seria o mesmo dela? Ser governada e abusada por homens que consideram as mulheres seres de intelecto inferior?

Ela será presa novamente, e mesmo sendo uma personagem fictícia, Maud dá vida há outras mil mulheres que realmente passaram pelas prisões britânicas na luta pelos seus direitos. Mães. Filhas. Sufragistas. Esse filme nos faz refletir sobre quantas outras mulheres lutaram para que hoje pudéssemos estar aqui, escrevendo livremente, e tendo a mesma educação a que os homens têm acesso.

" Nunca se renda, nunca desista da luta."

E como "Janeite" assumida que sou, não poderia deixar de fazer uma ponte entre esse filme e a nossa querida Austen. Os acadêmicos a consideram uma escritora conservadora, porém, a crítica feminista atual reconhece em suas obras uma dramatização do pensamento de Mary Wollstonecraft sobre a educação da mulher, e com seu sarcasmo ela critica a sociedade patriarcal inglesa em seus romances.


E inspirada por elas, devemos lutar pelos nossos direitos, porque acreditar que não existe machismo na sociedade atual é utopia. Sabendo que na Arábia Saudita as mulheres ainda não têm direito ao voto, e que em muitos países do Oriente Médio elas correm perigo se quiserem frequentar a escola, não devemos parar de lutar por nossas companheiras, para que um dia nossas filhas e netas possam andar livremente e sem correr riscos, apenas por serem mulheres.

Carey Mulligan, Meryl Streep e Romola Garai.
"Eu prefiro ser uma rebelde do quê uma escrava."



domingo, 10 de abril de 2016

[Resenha] Depois de Você - Jojo Moyes

depois de você

“Durante algum tempo, você vai sentir pouco a vontade em seu novo mundo. É sempre estranho ser arrancado de sua zona de conforto (...) Você tem ambição, Clark. É destemida. Mas escondeu essas qualidades, como quase todo mundo."


Publicada aqui no Brasil em fevereiro desse ano essa, na minha opinião, é uma das sequências mais aguardadas. Depois de partir nosso coração em Como eu era antes de você (Com resenha aqui no blog.), Jojo Moyes quase nos mata de curiosidade quando decide publicar Depois de Você, afirmando que só tomou essa decisão depois de milhares de fãs perguntarem sem cessar o que aconteceria com a Louisa Clark.

Como muitos de vocês, eu me apaixonei pelo o Will e pela Lou, porém o final de Como eu era antes de você teve um desfecho emocionante e muito, muito, muito... Triste. E acho que todos queriam saber o que iria acontecer com a Louisa, então essa autora maravilhosa nos presenteou com essa jóia, que eu simplesmente amei.


Após a morte de Will Traynor, Lou fica sem chão. Ela perdeu o amor da sua vida, como poderia recomeçar?  Ela tenta fazer tudo que prometeu a ele que faria, mas algumas coisas dão errado e ela parece não conseguir seguir em frente como ele havia pedido. E como se não pudesse piorar, Louisa sofre um acidente que faz com que ela volte para a casa de seus pais, os quais não se falavam desde o ocorrido com Will, voltando assim, para sua cidade natal e se sentindo ainda mais confusa com tudo que lhe aconteceu.

Até que em uma noite alguém bate em sua porta, e ela enxerga nessa pessoa uma forma de resgatar o passado recente e a si mesma de dentro do ambiente inóspito que sua mente e coração vivem.

"Você não me deu uma vida, deu? De jeito nenhum. Só acabou com a minha antiga. Desfez em pedacinhos. O que eu faço com o que sobrou? Quando é que vai parecer... Vá se foder, Will. Vá se foder por ter me deixado (...)

Adorei o fato da Jojo ter escrito essa continuação, porque mesmo com o desfecho do livro anterior, onde a Lou estava em Paris lendo a carta do Will, a vida dela não poderia parar naquele momento. Quando li Depois de Você, a Louisa pareceu ainda mais real pra mim, e pode parecer besteira, mais às vezes tenho a sensação de que se estivesse em Nova Iorque agora, poderia esbarrar com ela, quando virasse a próxima esquina ou entrasse em um brechó!!!

Delírios de fãs à parte, a Jojo nos pergunta neste livro, até que ponto colocar a vida dos outros como prioridade para nós e começarmos a vivê-la por eles é amor? E a partir de questionamentos como esse, ela nos dá uma verdadeira lição de vida, divertida e emocionante.


Obs: Os pais da Lou, Bernard e Josie, são um destaque à parte. Adorei o fato deles apareceram mais no segundo livro.

depois de você
Emilia Clarke e Sam Claflin, que serão os protagonistas na adaptação de Como eu era antes de você para o cinema, com previsão de estreia aqui no Brasil em 16 de Junho.



Escrito por Paulinha.