quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Amor e Inocência


Amor e Inocência ou no titulo original "Becoming Jane", é uma adaptação da vida de Jane Austen que foi dirigida por Julian Jarrold em 2007. Anne Hathaway interpreta Austen, e não poderíamos pedir uma atriz melhor. A história se passa no ano de 1795, quando Jane com 20 anos conhece Thomas Lefroy, um irlandês libertino que depende dos recursos do seu tio. Tom é vivido pelo também irlandês James McAvoy.

Jane e Tom
O encontro deles é digno do encontro de Lizzy e Darcy, de inicio se odeiam, mas depois Tom acaba percebendo que o gênio perspicaz da metida a escritora Miss Jane Austen é apaixonante. Jane assim como muitas de suas personagens deseja se casar por amor, mas quando se tem um pai clérigo que passa por dificuldades financeiras e uma mãe que a pressiona com um casamento por conveniência com Mr.Wesley, sobrinho e herdeiro de uma rica Lady ( Lady em questão interpretada pela saudosa Maggie Smith), as coisas podem ficar um pouco complicadas.
Tom, Jane e Wesley
Por ser uma adaptação, nós não podemos confiar na veridicidade dos fatos, mas algumas das cenas em que eu mais me mostrei desejosa que realmente tivesse acontecido foi o encontro entre Jane e Ann Radcliffe, que é uma das fundadoras do romance gótico, sendo assim uma das grandes mulheres da literatura inglesa. No encontro retratado no filme, Jane percebe que a Mrs.Radcliffe vive uma vida totalmente diferente daquele em que escreve em seus aclamados romances, isso para Jane é uma grande surpresa.
Ann Radcliffe
Não há nenhum registro desse encontro, porém sabemos que "A abadia de Northanger", romance de Austen, é inspirado claramente em "Os mistérios de Udolpho", de Radcliffe, mesmo que seja com aquele velho sarcasmo que adoramos.

Outro ponto a se destacar é a relação entre Jane e Cassandra, sua única irmã, e também dela com seu irmão George que apresentava deficiência. Na película vemos também a grande perda de Cassandra, que estava noiva de Thomas Fowle, que acaba falecendo na sua viagem as Índias, é quando Cassy toma a decisão de não querer mais se casar com nenhum outro homem.

Vemos Jane escrevendo as primeiras linhas de " Orgulho e Preconceito", a forma como a autora procura inspiração nas relações cotidianas e encanta a todos com suas palavras, e (nem a todos) com sua língua ferina. Em muitos momentos confundi criadora com criatura, já que nessa adaptação as atitudes dela se assemelham muito as de Elizabeth Bennet (Orgulho e Preconceito). Só que na ocasião, se fosse realmente a Lizzy que tivesse recebido três pedidos de casamento Mrs.Bennet (Mãe de Elizabeth) estaria passando mal dos nervos de tanta felicidade.


Não quero pensar em Jane como uma mulher infeliz, nunca. O filme nos traz um pouco da alegria que seus dias podem ter tido, sei também que sua vida não foi como a de suas heroínas, mas prefiro acreditar que, como uma mulher a frente de seu tempo, ela encontrou a felicidade onde poucos a encontrariam. 
Recomendo a vocês esse filme esplendido, espero que assistam e deixem comentários aqui. Afinal, têm coisa melhor do que um bom filme de época?



Trailer do filme: 


Escrito por Paulinha.

Beijos, Kerolainy e Paulinha



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